segunda-feira, 18 de março de 2019

Análise Crítica da Informação


A leitura crítica foi algo que se tornou essencial para a vida em nosso tempo. Uma enxurrada de estímulos e/ou informações invade nossa subjetividade todos os dias, muitas podem ser benéficas, instigantes para o desenvolvimento, mas a maior parte pode ser puro entulho; lixo que nubla a percepção e nos torna pessoas fracas, dependentes das opiniões alheias, neuróticos, ansiosos, sobrecarregados. Esse curto-circuito mental é ocasionado sobretudo pela aceitação não crítica das informações e estímulos que nos chegam.

Em nossos tempos a interpretação clama por nossa atenção, pois na maior parte das vezes, vemos o que escolhemos ver, nem sempre o ser humano interpreta corretamente os estímulos que lhe chegam e na maior parte das vezes acontece justamente o contrário. As fontes do saber precisam ser buscadas sempre sem descanso para chegarmos aos fundamentos do que estamos lendo, vendo ou ouvindo.

As relações humanas podem ser instigantes ou não. Quando instigantes funcionam como os motores do desenvolvimento, pois instigam o desenvolvimento e podem ser os guias para desenvolvermos todos os nossos potenciais. Quando não instigantes se tornam relações “tóxicas” neuróticas, doentias, prejudiciais para o desenvolvimento.

O mundo está gravemente enfermo, embora muitas pessoas mesmo com grande dificuldade ainda consigam curar-se ou libertar-se dessa espécie de “neurose social” evoluindo mental e espiritualmente, outras não tem tanta sorte. As vezes é preciso ser de “ferro” para enfrentar obstáculos do dia-a-dia como as neuroses pessoais, os conflitos existenciais, a psicopatia, as Fake News, o pseudo conhecimento e o charlatanismo.

O mais difícil nos tempos atuais é não deixar nada disso colar em nós ou nos influenciar; não aceitar prontamente e sem critério tudo o que vemos, lemos ou ouvimos, pois nem tudo é o que parece. Precisamos fortalecer nosso senso crítico e reflexão; saber dividir o joio do trigo; não sermos meros fantoches, reprodutores de informações falsas ou reféns de estímulos que nos empapuçam com conteúdos inúteis, com único intuito de suscitar determinado estado subjetivo que nos leve a consumir mais do mesmo, mas  que nada acrescentam em termos de aprendizado e conhecimento.

Quando não fazemos uma leitura crítica da realidade nos transformamos em máquinas sem alma, em marionetes de outras pessoas e/ou dos sistemas binários. Meros peões da ideologia e do poder. Pessoas comuns ou programadores de códigos binários e de redes sociais podem seguir a mesma lógica que impera há 500 anos no Brasil: a lógica das castas, um pequeno e seleto grupo sugando vida, como parasitas que vão se alimentando do hospedeiro, impondo seus gostos e dizendo o que deve ou não ser valorizado, escravizando o sujeito a partir de dentro, a partir de sua subjetividade.

3 comentários:

  1. Esse assunto ainda vai render muito, pois a análise crítica da informação e a educação estão ligadas de modo essencial.

    Um baixo nível educacional traz a falsa sensação de que as pessoas podem se instruir através da internet, mas não é bem assim.

    A internet é uma fonte de instrução complementar aos estudos formais.

    Ela é uma versão vitaminada e anabolizada com recursos audiovisuais da velha pesquisa bibliográfica realizada na biblioteca da escola. Isto é, sem a supervisão de um educador ou de um mínimo de estudo formal em disciplinas presenciais, o estudante que navega na internet a esmo se torna rapidamente um náufrago digital, perdido no meio de inúmeras distrações e informações falsas, isso se não se afogar completamente.

    Prepare os seus blocos de notas, pois esse assunto é inesgotável...

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    1. Sim, tu entendeu bem o que escrevi. Ter visão crítica é algo essencial para uma vida saudável.

      Em tempos onde a psicologia é aplicada massivamente na publicidade, especialmente através da abordagem comportamentalista, parece que a qualidade ficou em segundo plano, pois na sociedade atual reina o consumismo sem critério fomentado pela manipulação publicitária, que pode transformar determinado produto em uma necessidade.

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    2. Isso vale também para a publicidade nas campanhas políticas, que transformam um candidato num super-herói de mentirinha. Uma espécie de ilusionismo moderno. Onde a atuação teatral do candidato parece valer mais do que os projetos e propostas reais.

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