sexta-feira, 15 de março de 2019

Demência Digital

A demência digital é uma doença dos tempos modernos, afetando principalmente todos aqueles que não se desgrudam do aparelho celular nem para ir ao banheiro ou quando estão à mesa, almoçando num restaurante.

Os twitteiros afetados por essa doença relatam toda a sua vida, desde as pessoas que encontram, o estado de ânimo no momento que estão escrevendo, o que fazem no banheiro, as comidas que comem e etc.

Tudo com direito a fotos e vídeos com uma super câmera de 12 megapixel. É a versão moderna e vitaminada do vizinho fofoqueiro, porém mais inconveniente, agressivo e onipresente.

Outro atoleimado digital que parece inofensivo é o caçador de pokemon. O caçador de pokemon não é nada mais e nada menos que um cobaia das empresas de tecnologia. Nos lugares mais inconvenientes, seja em espaço urbano, rural ou até no meio do oceano, lá está o subserviente caçador de pokemon, colecionando seus monstrinhos.

É apenas um individuo de teste para novas tecnologias de realidade aumentada e seu possível sucesso mercadológico.

Será que vai colar? Ora, foi um sucesso!
Vamos para a próxima modinha.

O técnico em emojis é outra sub-espécie, ainda existe o expert em fake news, o doutor em selfies e o colecionador profissional de memes.

Os espécimens dessa fauna bizarra estão longe da extinção. É justamente o contrário, tais apedeutas se multiplicam exponencialmente e infestam toda a internet.

Um detox de tecnologia através da leitura seria uma medida eficaz para os alfabetizados.

Mas e quanto aos analfabetos funcionais?
Como mitigar os estragos na sociedade e o dano que a tecnologia faz potencializando a ignorância e a estupidez?

Seguindo o "efeito manada" o portador de demência digital se torna um multiplicador dos erros, das meias verdades, das montagens toscas dos memes, de injúrias tolas e conspirações terraplanistas em geral.

O único caminho é a educação de qualidade, começando por um bom ensino fundamental que não transforme as crianças em nativos digitais. E daí por diante, seguindo todos os níveis, o médio, o superior e a pós.

2 comentários:

  1. Sintetizou muito bem, nunca pensamos que a tecnologia poderia também ser prejudicial, mas a verdade é essa, assim como pode nos ajudar a evoluir e desenvolver nosso potencial; quando não é usada adequadamente pode levar a sérios prejuízos, sobretudo intelectuais e até mesmo a patologias graves.

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  2. Correto. Sobretudo, devemos aprender a filtrar informações.

    Seria bom um post seu aqui no blog sobre a análise crítica da informação.

    Uma vez indagado sobre a tecnologia da internet Ralf Hutter o criador da banda Kraftwerk disse:

    "Informação por informação não me interessa, eu quero é informação qualificada".

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