“A última pergunta foi feita pela primeira vez, meio que de brincadeira, no dia 21 de maio de 2061, quando a humanidade dava seus primeiros passos em direção à luz. A questão nasceu como resultado de uma aposta de cinco dólares movida a álcool, e aconteceu da seguinte forma. ...(...)...”
Com esse começo provocativo somos apresentados ao conto de ficção científica que está entre os mais importantes da carreira de Isaac Asimov e que é um dos que mais se destaca pelo emprego correto de conceitos científicos na narrativa. São especulações que utilizam a ficção para discorrer sobre tópicos da física teórica e da cosmologia.
É como um passeio lisérgico por conceitos como inteligência artificial, tecnologia ultra futurista, cosmologia e religião. Um conto que nos faz pensar sobre a escala das coisas e em nossa insignificância diante do universo.
Qual é a última pergunta? Se um de nós fosse instigado a escrever seu próprio romance de ficção científica qual seria a tecnologia mais utópica ou a coisa mais louca que poderia ser pensada?
Antes de forçar nossa mente pensando na questão definitiva, podemos relaxar porque alguém já pensou em tal questão antes.
Antes de forçar nossa mente pensando na questão definitiva, podemos relaxar porque alguém já pensou em tal questão antes.
Isaac Asimov já pensou na última pergunta e foi além!
Isaac Asimov tem formação em Bioquímica e escreveu vários livros de divulgação científica, especialmente sobre cosmologia. Como escritor produziu obras clássicas do gênero de ficção científica como “Eu, Robô”, onde criou as três leis da robótica (utilizadas por cientistas no mundo real) e escreveu o conto “O Cair da Noite” que é considerado por vários críticos como o melhor conto de ficção científica já escrito.
Bem, qual é a última pergunta? Não seria surpreendente se tivesse relação com a busca pela imortalidade, algo cultuado pelos egípcios desde a antiguidade mais remota.
Não a imortalidade de um só indivíduo ou de indivíduos eleitos como os faraós, mas sim a imortalidade da vida inteligente no futuro mais distante que podemos imaginar, a permanência dos seres que já alcançaram o máximo grau de evolução possível.
Segundo a astrofísica, o final dos tempos será gélido, quando a expansão do universo atingir escalas inimagináveis em que duas estrelas quaisquer estarão a dezenas de bilhões de anos luz uma da outra e a energia não poderá mais ser coletada.
O objetivo da tecnologia e a evolução do ser humano se ligam diretamente a resolução de problemas e a vitória sobre os desafios impostos pelas condições naturais.
E para um problema tão difícil quanto o apocalipse determinado pelas leis da natureza? Seria esse um problema insolúvel?
E para um problema tão difícil quanto o apocalipse determinado pelas leis da natureza? Seria esse um problema insolúvel?
O intelecto humano (ou qualquer outro intelecto alienígena) e suas máquinas com inteligência artificial trabalhando durante bilhões de anos tentariam responder a pergunta:
A entropia pode ser revertida?
Reverter a entropia significaria a imortalidade de seres com uma tecnologia capaz de sobreviver a morte do universo! O antigo sonho da imortalidade virando realidade através da ciência e não do misticismo.
Leiam o conto do Asimov e tirem suas próprias conclusões, ao contrário de ser uma especulação estéril é um conto fantástico que desperta as mais profundas reflexões filosóficas que podemos fazer.
THE LAST QUESTION BY ISAAC ASIMOV
Texto integral em português (apenas 14 páginas):
http://stoa.usp.br/lucianovf/files/2609/14554/A%C3%BAltima+pergunta.pdf
http://stoa.usp.br/lucianovf/files/2609/14554/A%C3%BAltima+pergunta.pdf
Glossário:
MULTIVAC – Supercomputador recorrente nas histórias do Asimov.
Entropia – Medida da desordem de um sistema físico.
2ª Lei da Termodinâmica – A entropia aumenta com o tempo num sistema fechado.
Big Bang – Suposto momento zero onde o universo começou.
Expansão do universo – Afastamento das galáxias e de todos os entes físicos que foi iniciada pelo Big Bang.
Morte térmica – Possível estado final do universo quando a energia útil do universo é consumida completamente.
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