sexta-feira, 22 de março de 2019

Mediação de Conflitos

O conflito seria como duas pessoas correndo uma para cada lado amarradas a uma mesma corda, para aqueles que interpretam o conflito como algo que impulsiona e que energiza o seu desenvolvimento, talvez o conflito seja algo positivo, já que esconde em seu âmago, sua resolução; mas para a maioria que não sabe como lidar com o conflito, ele pode consumir muita energia e frear o desenvolvimento.

Em síntese podemos usar a frase: “se for para ter conflito que ambos usem essa energia, para algo positivo”, pessoas que “às vezes até intuitivamente conseguem lidar bem com o conflito e o usam para algo construtivo e que os levem a subir os degraus do desenvolvimento saudável como nas disputas políticas democráticas, onde os conflitos são usados para alavancar as melhores escolhas.

Mas quando tem efeitos negativos como nas pessoas que não sabem lidar bem com o conflito, ele pode os consumir estagnando totalmente as potencialidades humanas e podendo chegar a doença ou algum transtorno psíquico.

A mediação de conflitos é uma área recente da ciência psicológica e uma parte difícil de abordar, envolve paciência, autocontrole e muito cuidado para não ser engolido pelo conflito tomando partido.

Entender o conflito sem julgá-lo é algo muito mais rico e genuíno do que aumentá-lo ou participar dele como um fantoche das emoções humanas descontroladas, característica da nossa sociedade atual, que sintomatiza esse sucateamento do social na forma de conflitos intrapsíquicos, extra familiares e infrafamiliares geradores de situações inacabadas e mal resolvidas entre as pessoas.

O que descrevemos aqui é pura e simples ciência psicológica. Até mesmo religiões como a doutrina espírita bebem da fonte das teorias sobre inconsciente, daí a sua crença de que os conflitos são situações inacabadas, mal resolvidas de gerações passadas, que se tornam presentes. 

Temos a teoria Junguiana do inconsciente coletivo, este autor em sua tese de doutorado, analisou sua prima, que alegava estar possuída por espíritos e falava outras línguas, concluiu que sua prima não estava possuída por espíritos, mas pelo próprio inconsciente. 

Essas visões ilustram o que trazemos aqui como situações inacabadas ou mal resolvidas entre as pessoas e mediação de conflito, essa área em ascensão e que deu seus primeiros passos recentemente no âmbito da ciência psicológica, começa a se tornar ferramenta essencial para o desenvolvimento humano, aliando-se a abordagens como a Gestalt-Terapia, Humanismo, Fenomenologia e Existencialismo, entende que o conflito contém dentro de si a sua resolução.

4 comentários:

  1. Excelente comentário.

    Os conflitos surgem muito no ambiente da internet, seja em fóruns de discussão de sites de notícias, seja em redes sociais ou em messengers para dispositivos móveis...

    Eu mesmo como um participante do antigo Orkut já me envolvi em muitas discussões, porém sempre levei na brincadeira, como um exercício lúdico de brincar com personas virtuais.

    Existem dois extremos, levar muito a sério como se a honra pessoal tivesse em jogo ou então desconsiderar tudo como baboseira tola e perda de tempo. Esses extremos não produzem nenhum debate produtivo.

    O famoso argumento ad hominem ainda é o mais usado na maioria das discussões em fóruns, revelando o despreparo psicológico e cultural das pessoas que frequentam a internet.

    O importante seria discutir ideias, não discutir pessoas.

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  2. Exato, discutindo ideias e não pessoas podemos entender o que está latente nos conflitos e não apenas o que é manifesto.

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  3. Acho muito benéfica a conexão da lógica argumentativa com a interpretação psicológica, alcançando um panorama mais amplo do conflito quando se trata de conflitos envolvendo discussões ou debates mediados a distância.

    Esse é outro post que gostaria de te sugerir, Roni.

    A diferença entre discutir ao vivo, debatendo num auditório por exemplo, com um palestrante e seus ouvintes e o debate na internet onde as pessoas estão muitas vezes protegidas pelo anonimato e usam personas virtuais. Talvez seja mais complicado prestar o mesmo tipo de respeito e atenção ao "palestrante" virtual, mas é o mínimo de boa educação.

    Por que é tão difícil discutir a distância pela internet? Todos querem estar certos? Uma simples aceitação e declaração "agora aprendi como é o certo" seria suficiente, para encerrar 99% das discussões.

    Por que é tão difícil reconhecer a razão do outro?

    É um tema fascinante.

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  4. Sim, boa sugestão, é um tema inesgotável e muito amplo principalmente na era pós-internet.

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