terça-feira, 6 de agosto de 2019

Por que o mundo existe?

Lógico que não podemos responder a pergunta com a física atual. No máximo podemos recorrer ao nada instável para tentar justificar porque existe algo ao invés de nada.

Imaginem um volume de um metro cúbico de vácuo fora da estação espacial internacional. Por exemplo, uma caixa metálica a prova de radiação blindada com chumbo.

Princípio de incerteza de Heisenberg

Constante de Planck
h = 6,626 x 10^-34 J.s

Se você disser que é certo de que não há nada lá nesse segundo, então pelo princípio de incerteza de Heinsenberg saberemos que no intervalo de um segundo no "espaço vazio" da caixa blindada existe uma incerteza mínima de energia de 5,273 x 10^-35 Joules . Sempre que você tenta observar o nada, o nada se recusa a ser nada.

O nada instável de Lawrence Krauss não responde porque o mundo existe, o argumento apenas expressa que um mundo com nada não permanece estável, dada a tendência intrínseca do nada em se tornar alguma outra coisa.

Conforme o filósofo da linguagem Bertrand Russel*, o que é necessário para tentar responder esse tipo de pergunta é uma linguagem de nível superior, uma Metafísica. 

E não me refiro a nenhuma relíquia da filosofia escolástica, me refiro a uma linguagem física superior à física atual. Uma física que pode abordar as metaleis da física e que pode em tese responder essa e outras perguntas. 

Por que a matemática é tão útil e efetiva no estudo da natureza? 
Resposta: Porque é assim.

É o mesmo equívoco de raciocínio, desistir de ir além sem entender que sistemas formais possuem diversos níveis de abrangência, completude e consistência. Os sistemas formais dos níveis superiores explicam os sistemas inferiores que estão limitados às respostas "porque é assim" e suas variantes.

Para (ficar com vontade de) saber mais:

Por que o mundo existe?, Jim Holt

Demonstração rápida de Jim Holt porque deve existir algo:
"Suponhamos que não houvesse nada. Nesse caso, não existiriam leis, pois as leis, afinal, são algo. Se não houvesse leis, tudo seria permitido. Se tudo fosse permitido, nada seria proibido. Assim, se não houvesse nada, nada seria proibido. O nada é, portanto, autoproibitivo.
Logo, deve existir algo. Quod erat demonstrandum".

Tractatus Lógico-Philosophicus, Ludwig Wittgenstein

*Bertrand Russel, na sua introdução ao Tratactus: "O que provoca hesitação é o fato que o Sr. Wittgenstein, no final das contas, consegue dizer uma porção de coisas sobre o que não pode ser dito, sugerindo assim a um leitor cético que possivelmente haja escapatória através de uma hierarquia de linguagens ou alguma outra saída".

(Uma hierarquia de Linguagens --> Metalinguagens)

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