quinta-feira, 20 de agosto de 2020

A Educação e o Futuro da Humanidade

Utilizar a expressão "educação e futuro" numa mesma frase é uma redundância, pois sem educação não existe futuro algum para nenhum ser humano, somos selvagens sem futuro se não temos a instituição da Educação. Nos distantes anos 80 do século passado, o político Leonel Brizola foi um dos raros políticos a adotar aqui no Brasil uma política voltada para o fomento da educação de qualidade para as crianças. Com o projeto dos CIEPS - Centros Integrados de Educação Pública, ele promoveu o acolhimento de crianças em turno integral, manhã e tarde, ajudando os pais quando precisavam sair para trabalhar, funcionando como um misto de escola e creche.

Hoje, duas jovens protagonistas da história mundial recente, a ganhadora do prêmio nobel da paz Malala Yousafzai e a ativista do clima Greta Thunberg, são a prova exemplar do poder da educação, quando bem direcionado. Ambas, defensoras da educação como caminho para a civilidade e o progresso sustentável, são inspirações para todos nós. 

As crianças do mundo inteiro deveriam ter aulas para exercitar o senso crítico e detectar fake news, assim como fazem as crianças nos países escandinavos da Europa. Além das crianças serem ensinadas sobre democracia e civilidade, todas deveriam ser educadas contra as influências danosas das pseudo-ciências,  do pensamento mágico, curandeirismo, conspiracionismo, terraplanismo, extremismo militante e outros ismos afins; tudo que as ensine sobre as ameaças da internet e as prepare com conteúdo educacional instrutivo para resistir com resiliência aos apelos da publicidade agressiva e narcotizante da mídia. Desde cedo os estudantes também devem aprender sobre inovação tecnológica e desenvolvimento sustentável, para aprender sobre as consequências danosas da destruição e da poluição do meio ambiente. É disso que depende o futuro da humanidade.

Aqui no Brasil existem os que querem estudar e não podem e os que podem e não querem, reverberando a boçalidade colonialista do século 16 em pleno século 21. São os jovens peritos em mídias sociais, twitter, instagram, facebook, whatsapp e outras plataformas que são inaptos para o ensino remoto porque não querem aprender sobre as novas tecnologias voltadas para o estudo remoto. É uma indolência digital das massas iletradas que só pode ser corrigida nos primeiros anos da vida escolar dos estudantes, só assim vai haver algum futuro para o Brasil.

A Inclusão digital e o Efeito Dunning-Kruguer

A maioria dos cidadãos, nos países com menos qualidade de vida, o que também inclui os índices educacionais e os de distribuição de renda, estão falhando no básico. É como se os valores de outrora fossem substituídos por valores mais torpes e fúteis, baseados na ostentação de falsa felicidade em redes sociais e na popularidade dos "mais descolados". É deprimente a troca de ofensas e agressões gratuitas, através da palavra escrita, realizada pelos trolls e pelos apedeutas dominados pelo efeito Dunning-Kruguer. 

A inclusão digital é boa? Sim, ela é boa, diriam os mais simplórios e apressados. Eu perguntaria: A inclusão digital é boa pra quem? Será que ela é boa para os empresários das telecomunicações e para os industriais que fabricam as tecnologias de massa e lucram com isso? 

Com certeza é melhor pensar bem antes de responder de forma apressada. Vejam só que interessante descoberta, outra competência que deveria ser ensinada pelos professores, talvez ensinada nas aulas de filosofia se forem bem planejadas, estudar como podemos refletir melhor sobre quaisquer questões...

A inclusão digital não é mais importante do que a educação old school ou tradicional, é essa Educação nos moldes tradicionais que mais importa afinal de contas. O correto seria não permitir a nenhum jovem brasileiro o acesso a um computador sem o conhecimento mínimo para operar o aparelho, sem o conhecimento mínimo da gramática da língua portuguesa e dos conhecimentos gerais mínimos. Em suma, analfabetos funcionais NÃO DEVERIAM utilizar dispositivos móveis sob nenhuma circunstância, porque esses equipamentos tão disseminados se tornam armas criminosas de propagação de erros, boatos, preconceitos, imbecilidades diversas e inomináveis.

No Vale do Silício, nos EUA, entre os filhos dos altos executivos das empresas de informática e em países como a França, celulares são proibidos durante as aulas, sendo que tablets e outras tecnologias similares são usados apenas em aulas e situações específicas. É irônico e intrigante que o tecnólogo Bill Gates, bem como outros magnatas da tecnologia que ajudaram a criar "tudo isso", limitem o acesso de seus filhos às tecnologias dos dispositivos móveis, pois consideram que uma educação de qualidade deve começar pela disciplina do estudante e pelo treinamento na habilidade de focar num único assunto.
Acredito que a introspecção maior provocada pela pandemia pode gerar em alguns o mesmo sentimento de inconformidade e de que há algo errado com "o básico".

Precisamos urgentemente voltar as raízes da educação ao estilo antigo, mostrar que aprendemos alguma coisa com a História e não esquecer nunca que nossos valores e nosso caráter também são forjados por uma boa educação. Para melhorar o nível educacional do Brasil as pessoas precisam lutar pela educação, não só para seus filhos e netos, mas para seus vizinhos e seus conhecidos, é necessário um engajamento de cada um e não apenas dos professores. 

Sou grato a todos os meus professores, os professores são profissionais que devem ser mais valorizados, pois a grande maioria, mesmo nas situações mais adversas que fogem da sua alçada, consegue fazer o seu melhor para proporcionar educação para os seus alunos.

Dica de site otimista e futurista: Scandinavian Way
https://scandinavianway.com.br/

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