Obs: No texto a seguir, a variável (n) é reservada para a distância radial e a variável (m) é reservada para a massa, ambas em unidades naturais normalizadas.
1) Relações de Incerteza
Equação de observáveis que não comutam
[P,X] = iħ
PX - XP = iħ
As relações de incerteza mais mencionadas na literatura científica, apesar de existirem muitas outras, são:
momento-posição
Δp.Δx ≥ ħ\2
energia-tempo
ΔE.Δt ≥ ħ\2
momento angular-ângulo
ΔL.Δθ ≥ ħ\2
2) Inequações normalizadas
Podemos reescrever as relações momento-posição e energia-tempo:
m.Δv.Δx ≥ ħ\2
Δm.c².Δt ≥ ħ\2
Devido aos produtos m.Δx e m.Δt contidos nas expressões, a conversão para unidades normalizadas requer a divisão dos dois lados da inequação por 2π:
m.Δv.Δx\2π ≥ (ħ\2)\2π
Δm.c².Δt\2π ≥ ħ\2\2π
Incerteza momento-posição em unidades normalizadas
Δp.Δx ≥ 1\2
Incerteza energia-tempo em unidades normalizadas
ΔE.Δt ≥ 1\2
Incerteza potencial quântico-tempo
ΔE = Δm.mₒc²; onde identificamos a flutuação de energia por massa ΔE\mₒ como sendo a flutuação do potencial quântico Δφ.
ΔE\mₒ = Δmc² = Δφ
Δφ.Δt ≥ ħ\2mₒ
De modo similar ao princípio de incerteza energia-tempo, normalizamos a relação dividindo por 2π :
Δφ.Δt\2π ≥ (ħ\2)\2πmₒ
Δφ.Δt ≥ 1\2
Essa relação de incerteza é a mesma da energia-tempo, só que nesta expressão a massa é adimensional, sendo a energia medida em unidades de c² (a dimensão padrão de potencial).
Para partículas virtuais, devemos ter:
Δφmax = 1\2, quando Δt = tₒ.
momento angular-ângulo
ΔL.Δθ ≥ ħ\2
(m.Δv.r).(Δθ) ≥ ħ\2
mr.(Δv.Δθ) ≥ ħ\2
Usando a mesma normalização anterior, obtemos:
ΔL.Δθ ≥ 1\2
Nota Importante
Devemos frisar a importância do fator adimensional 1\2 que aparece no lado direito de todas as expressões, apesar de parecer não ter nada a ver com Física, esse fator tem tudo a ver com a matemática da síntese de Fourier e do espaço vetorial de funções ao qual a Física é subordinada. Esse fator se refere a dispersão mínima de qualquer grupo de ondas no espaço de Hilbert associado à partícula e tem o status de uma verdade matemática independente das unidades e das dimensões envolvidas na síntese de Fourier; nesse sentido a constante de Planck age como um câmbio entre as dimensões, definindo as dimensões específicas dos observáveis que não comutam e suas respectivas propriedades complementares nas relações de incerteza.
3) Incerteza na resolução conjunta do espaço-tempo
momento-posição
Δp.Δr ≥ ħ\2
Partindo do princípio da incerteza mais conhecido de momento-posição, dividimos e multiplicamos por Δt no lado esquerdo sem alterar a desigualdade:
Δt\Δt (Δp.Δr) ≥ ħ\2
(Δp\Δt).(Δr.Δt) ≥ ħ\2
Reconhecemos imediatamente a primeira expressão entre parênteses Δp\Δt como a variação temporal de momento ou força aplicada na partícula. Como uma força uniforme que realiza trabalho distribui a energia uniformemente no espaço na mesma direção do movimento, temos uma densidade linear de energia da forma Δμc² = ΔE\Δr.
O algebrismo está correto, pois conseguimos deduzir dele o princípio da incerteza de energia-tempo:
(ΔE\Δr).(Δr.Δt) ≥ ħ\2 <--> ΔE.Δt ≥ ħ\2
Substituindo as incertezas acima pelas expressões próprias de Δμ e Δρ, obtemos as expressões:
c². Δμ.Δρ ≥ ħ\2
Δμ.Δρ ≥ ħ\2c²
Aplicando a mesma normalização nas unidades naturais que utilizamos anteriormente, obtemos:
Incerteza resolução-densidade linear de massa
Δμ.Δρ ≥ 1\2
Interpretação:
Quanto mais certa é a localização espaço-temporal Δρ, mais incerta é a densidade linear de massa Δμ.
Usando a expressão anterior, obtemos para ΔM:
ΔM = M\S
Sendo a entropia de Bekenstein S = M.n, deduzimos:
ΔM = M\M.n = 1\n
Considerando a massa da célula holográfica, podemos encontrar uma expressão da flutuação na densidade das partículas virtuais Δμ que depende de ΔM.
Iniciamos com Δρ ≥ Δn², pois Δt ≥ Δn para qualquer partícula com v ≤ c, assim devemos ter Δρ\Δn² ≥ 1.
Dividindo ambos os lados por 1\2, obtemos:
Δρ\Δn² ≥ 1
1\2 Δρ\Δn² ≥ 1\2
1\(2Δn²).Δρ ≥ 1\2
Reconhecemos que a inequação acima tem a forma já deduzida de um princípio de incerteza envolvendo a resolução do espaço-tempo Δρ.
Em seguida, identificamos Δμ = 1\(2Δn²) e 1\Δn² = ΔM², para então reescrever Δμ como 1\2 ΔM²:
1\2 ΔM².Δρ ≥ 1\2
ΔM².Δρ ≥ 1
Se Δρ ≥ 1, então ΔM ≤ 1
Para as partículas virtuais, as células de massa ΔM das respectivas telas holográficas são sempre inferiores a uma unidade de massa, isto é, também são massas dentro do espectro das partículas quânticas sem gravidade. Logo, num certo sentido, uma partícula elementar isolada é sua própria célula única de massa holográfica ΔM.
Concluindo, as flutuações de energia da espuma quântica na escala de Planck não permitem flutuações da métrica e nem formam buracos negros a partir do vácuo. Colocar as partículas elementares do modelo padrão no regime quântico m < mₒ, onde não existem fontes de gravidade, evita satisfatoriamente a maioria dos paradoxos.
Em outras palavras, em tal espaço-tempo discreto, as funções de onda globais Ψ (r,t) não podem transportar mais energia do que a energia Eₒ. A limitação da quantidade máxima de energia que uma onda quântica pode transportar não inutiliza a QM e nem diminui a sua importância; é a construção dos pacotes de onda que são limitados a um intervalo temporal mínimo tₒ, com uma respectiva frequência máxima fₒ, cuja energia do quantum correspondente é Eₒ.
E como fica a interpretação da soma das histórias de Feynman nesse contexto mais restrito? Segundo o que foi exposto, não precisamos nos preocupar com essa interpretação no regime termodinâmico das telas com massas m ≥ mₒ, entretanto a mesma vale para a descrição no regime quântico das telas com m < mₒ, onde as trajetórias prováveis convergem para a trajetória clássica.
Se a busca por fenômenos novos de alta energia nos aceleradores "tem um fim" já estabelecido desde o princípio, no caso o extremo gama de energia Eₒ, então os fenômenos quânticos são aqueles que exploram a maior precisão possível das maiores resoluções de espaço, tempo e massa. Nesse regime quântico, a gravidade não existe.
Pelo que entendi, nesse post você provou que a Mecânica Quântica só vale para massas microscópicas até uma determinada unidade. Eu entendi certo?
ResponderExcluirSim, é isso mesmo. A dualidade onda-partícula e todos os fenômenos quânticos num espaço-tempo discreto apresentam um limite superior de energia no espectro do raio gama. Nenhuma onda de matéria pode ter um comprimento de onda inferior ao menor intervalo métrico possível.
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